Arquivo | fevereiro, 2010

Os limites da realidade

4 fev

A dissertação a seguir foi construída a partir da leitura dos textos “Barranquilla e 50 anos de solidão”, de Walter Salles; “A fábula dos três repórteres”, de Luiz Costa Pereira Junior e “Como confiar em fotografias”, de Peter Burke

Invenções como o rádio, a televisão, o cinema e a internet trouxeram o que hoje é chamado de “conhecimento mediático”, ou seja, aquele conhecimento que é mediado pelos meios de comunicação. Embora seja uma espetacular possibilidade, uma vez que proporciona quantidade colossal de informações, é preocupante, pois, muitas vezes, a experiência direta e a “vigilância epistêmica” são ignoradas pela sociedade que passa a aceitar como verdade tudo que lê ou vê na mídia. É nesse contexto que se encaixa a reflexão a respeito do papel do jornalista e os valores que devem nortear sua atuação.

O relato do texto “Barranquilla e 50 anos de solidão”, de Walter Salles, conta como diferentes opiniões podem surgir de acordo com o grau e familiaridade com certo assunto, além de destacar a relevância do contato com a realidade para o profissional de jornalismo. Melhor compreensão e maior credibilidade nasceram para com o texto após a experiência direta de repórteres. Porém, mesmo com o contato direto, as visões sobre os fatos podem ser diferentes, como conta o texto “A fábula dos três repórteres”, de Luiz Costa Pereira Junior. Ele mostra como a experiência pessoal de cada um pode influenciar a percepção e a compreensão daquilo que testemunha. O leque de dados disponíveis possibilita abordar uma mesma história a partir de pontos de vista distintos, com ou sem a intenção de manipulação.

Não bastasse a influência da experiência pessoal, há também as determinações técnicas e sociológicas e os interesses econômicos do veículo. Os limites de espaço e de tempo e a necessidade de publicar uma matéria para impressionar a concorrência e o público são empecilhos para a atuação objetiva e honesta do jornalista.

O “conhecimento mediático” faz com que vivamos num “mundo” contado por jornalistas, já que a eles foram incumbidas as funções de apurar, narrar e selecionar os acontecimentos a fim de recriar a realidade, determinando o valor e a importância de cada fato. Por isso, como realça o texto “Como confiar em fotografias”, de Peter Burke, apesar das facilidades oferecidas pela mídia, os processos de pesquisa, análise e crítica são fundamentais numa sociedade pragmática e saturada de conhecimentos. Aceitar como verdade tudo que é irradiado pelos meios de comunicação é deixar-se manipular ou enganar por muitas informações.

Aprender a trajetória dos meios de comunicação e compreender quais motivos levaram a atuação jornalística ser como é atualmente, além de checar, ordenar e contextualizar o volume de informações com objetividade, imparcialidade e compromisso com as fontes e com o público é uma forma de contribuir com a democracia.

Os Jornalistas na época da Independência e do Império: Miguel Lopes, Luis Gama e José do Patrocínio

4 fev

Luís Gonzaga Pinto da Gama 

    Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu no dia 21 de julho de 1830 na cidade de Salvador, Bahia. Aos dez anos, foi vendido como escravo para sanar dívidas de jogos de seu pai, fidalgo de uma nobre família baiana de origem portuguesa cujo nome Luís Gama nunca revelou. Herdou de sua mãe, Luiza Mahin, africana livre e um dos principais personagens das ressurreições baianas de 1835 e 1837, o espírito de negro combativo. Aprendeu a ler e a escrever aos 14 anos com o amigo Antonio Rodrigues do Prado Junior, apaixonando-se pelos livros. Fugiu da fazenda de seu comprador aos 18 anos ao comprovar que sua situação como escravo era ilegal.

    Mudou-se para São Paulo e seguiu seis anos de carreira militar, da qual foi expulso após revoltar-se contra um oficial que o insultara. Trabalhou como copista e na Secretaria de Governo da Província. Tornou-se advogado e iniciou atividades contra a exploração dos negros, libertando mais de 500 escravos. Lutou pelo cumprimento da lei de 7 de novembro de 1831 que proibia o tráfico negreiro e declarava livre todos os africanos desembarcados no país a partir daquela data, denunciou os dirigentes do país que  protegiam os poderosos, foi inspirador do Movimento dos Caifazes, responsável pela fuga de milhares escravos e fez do jornalismo um verdadeiro instrumento de crítica e ataque à escravidão

    Fundou em 1864 o Diabo Coxo, o primeiro jornal domingueiro ilustrado de caricaturas. O periódico circulou em São Paulo até 1865 e custava 500 réis, cerca de três vezes mais que os jornais da época. Era composto por oito páginas, divididas igualmente entre ilustrações e textos, dos quais se ocupavam o caricaturista Ângelo Agostini, “o repórter do lápis”, e Luís Gama, respectivamente. O título curioso remete a uma sátira acerca dos costumes da sociedade da época. Sua circulação foi possibilitada graças à litografia, ferramenta que democratizou as imagens através do acesso ao mundo via ilustrações.

    Patrono da cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras, seus poemas pertencem ao Romantismo. Conviveu com Castro Alves, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, todavia, não chegou a ver triunfar a abolição, pois faleceu em 24 de agosto de 1882.  
 

José Carlos do Patrocínio 

    José Carlos do Patrocínio nasceu em Campos, Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1854. Filho de uma escrava alforriada e de um padre chamado João Carlos Monteiro, viveu a infância na fazenda de seu pai onde pôde observar as barbáries cometidas contra os escravos. Aos 14 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou no curso de Farmácia que ele sustentou com o dinheiro que ganhava trabalhando como servente de pedreiro. Ainda como estudante, publicava Os Ferrões, quinzenário satírico que saiu em dez números de 1º de junho a 15 de outubro de 1875 no qual revelou seu talento.

    Iniciou a carreira jornalística na Gazeta de Notícias que, em 1878, enviou-o ao Ceará para cobrir o problema da seca. O jornal, porém, era de poucas ilustrações e José do Patrocínio, não satisfeito apenas com seus registros, enviou fotografias de vítimas da tragédia para a redação de O Besouro, folha carioca ilustrada e humorística lançada por Raphael Bordallo Pinheiro. Esse grande caricaturista português fez uma ilustração litográfica retratando as fotos recebidas de José do Patrocínio e a publicou na primeira página da edição de 20 de junho: formava-se a primeira fotorreportagem brasileira. A dupla foi protagonista, também, do primeiro acidente de carro de que se tem notícia no Brasil.

    Na Gazeta da Tarde, jornal que adquiriu no ano de 1881, deu início à sua campanha abolicionista e em 1887, fundou o periódico A Cidade do Rio de Janeiro. Militou ativamente e viu triunfar, em 13 de maio de 1888, a conquista da Abolição pela qual tanto lutou. Porém, seu jornal foi fechado após a proclamação da República, quando foi acusado de participar de uma revolta contra o governo Floriano Peixoto. Em seguida, afastou-se da vida pública e da imprensa e passou a dedicar-se à aviação, além de escrever três livros. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. 

Miguel do Sacramento Lopes da Gama 

    Miguel do Sacramento Lopes da Gama, filho do médico João Lopes Cardoso Machado e Anna Bernarda do Sacramento, nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 29 de Setembro de 1791. Aos 14 anos, dedicado à religião, iniciou seus estudos no Mosteiro de São Bento de Olinda para se tornar frade beneditino e, concluiu, mais tarde, no Mosteiro da Bahia, seu noviciado. Regressou para Pernambuco e em 1817, aos 26 anos, foi apontado para lecionar Retórica no Seminário de Olinda e no Colégio das Artes. Foi professor de Frei Caneca, Padre Antônio Vieira, entre outras personalidades. Foi, também, deputado na Assembléia Provincial do Estado e representante da Província de Alagoas, cargo que lhe deu a oportunidade de conhecer o Rio de Janeiro.

    Lopes vivenciou a Revolução Pernambucana e a Confederação do Equador, as transições do governo brasileiro e as lutas pela independência, o que explica sua inclinação liberalista e democrática.

    Foi pioneiro no jornalismo em escrever reportagens contra a escravidão. A partir de 1822, dirigiu jornais como O Constitucional e O Popular, nos quais apoiava a separação de Brasil e Portugal, defendida também por Dom Pedro I. Dez anos mais tarde, o jornal pernambucano O Carapuceiro entra em circulação, dando-lhe fama e o apelido de Padre Carapuceiro. O periódico de quatro páginas circulou pela primeira vez em 7 de abril de 1832. Desta data até dezembro de 1842 circulou com periodicidade irregular e entre 1843 e 1847, esporadicamente. Seu cabeçalho trazia a ilustração de uma loja de chapéus que revelava o objetivo do jornal: criticar, através de textos e caricaturas, os vícios e os costumes da sociedade, a grande influência estrangeira no Brasil, além de distribuir carapuças para políticos, comerciantes, profissionais liberais e clericais. Alguns anos depois de seu falecimento, em 9 de Maio de 1852, a coleção do periódico já era considerada raridade. 
 

Referências bibliográficas

LESSA, Orígenes. Inácio da Catingueira e Luís Gama: dois poetas negros contra o racismo dos mestiços. Rio de Janeiro: FCRB, 1982.

GAMA, Miguel do Sacramento Lopes. O Carapuceiro. Edição facsimilar. Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 1983.

_________________ Diabo Coxo, edição facsimilar. São Paulo: Edusp, 2005.

ANDRADE, Joaquim Marçal Ferreira de. História da Fotorreportagem no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 (recomendado para pesquisa sobre Henrique Fleiuss, Bordallo Pinheiro, caricaturistas, fotorreportagem).

WERNECK SODRÉ, Nelson. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

COSTA, Carlos Roberto da. A revista no Brasil, o Século XIX. São Paulo: ECA-USP, 2007. 

4) A citação correta de sites consultados deve vir a seguir, em outra lista, também com sobrenome, nome, e em ordem alfabética de sobrenomes ou dos portais, e devem fechar com a data em que o site foi consultado, pois muitas vezes sites desaparecem, são fechados. Exemplo:

DINES, Alberto. “85 anos de crítica da mídia”, in Observatório da Imprensa. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/mt201120021.htm – acessado dia 1° maio de 2009. 

http://www.sampa.art.br/biografias/luizgama/ – acessado em 27 de abril de 2009

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u682.jhtm – acessado em 27 de abril de 2009

http://pt.shvoong.com/books/biography/1659985-luís-gama-vida-obra/ – acessado em 27 de abril de 2009

http://sarauxyz.blogspot.com/2008/11/biografia-de-luis-gonzaga-pinto-gama.html – acessado em 27 de abril de 2009

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u707.jhtm – acessado em 28 de abril de 2009

SILVA, Fernando Correia da. http://www.vidaslusofonas.pt/jose_do_patrocinio.htm – acessado em 28 de abril de 2009

COMPARATO, Fábio Konder. ARTIGO: LUIZ GAMA, HERÓI DO POVO BRASILEIRO, 15/05/2007.

CASTANHEIRA, Isabel. http://cavacosdascaldas.blogspot.com/2007/09/166-pgina-caldense.html

Olavo Bilac e José do Patrocínio podem ter cometido primeiro acidente de trânsito no Brasil – Fonte: Minuto do Trânsito

http://carapuceiro.zip.net/ – acessado em 28 de abril de 2009

http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Carapuceiro –  acessado em 28 de abril de 2009

http://www.meurecife.com.br/Downloads/O%20Padre%20Carapuceiro.pdf – acessado em 28 de abril de 2009

Questões básicas de pesquisa

4 fev

“Modelos teóricos para o estudo das Comunicações”

O primeiro Modelo Teórico para os Estudo das Comunicações denomina-se Manipulação. Formulado durante a Primeira Guerra Mundial, quando a sociedade era tida como uma massa passiva sobre a qual o poder da mídia não possuía limitações, tem como questão básica de pesquisa o questionamento dos efeitos de curto prazo que podem se causados sobre o público. A mesma questão se repete no segundo modelo, o da Persuasão (ou Influência), este, foi elaborado no período da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria  durante o qual a sociedade ainda era vista como uma massa passiva, porém, diferentemente do primeiro, com certa capacidade de resistência ao aceitar aquilo que é irradiado pela mídia. O terceiro Modelo, chamado de Função, foi desenvolvido após a Segunda Grande Guerra. Ele interroga, basicamente, quais as funções da mídia na sociedade, já que considera a mídia como um conjunto integrado voltado ao controle social. Esses três primeiros modelos foram desenvolvidos nos Estados Unidos, são conhecidos como modelos funcionalistas norte-americanos e caracterizam a chamada comunicação de massa.
            O quarto modelo, conhecido como o da Teoria da Informação, também formulado nos Estados Unidos, surge a partir da década de 20 num contexto de demandas da indústria de telecomunicações. O anseio pela maior eficácia na transmissão de informações, sem preocupação com o teor da ideia a ser irradiada, explica o fato de sua questão fundamental de pesquisa ser a busca pela forma mais eficiente de se transmitir uma mensagem. Já o quinto Modelo, o da Linguagem, formulado na Europa da década de 60, questiona, paradoxalmente ao modelo anterior, a significação da mensagem. Nele contêm os principais estudos sobre a mensagem, por exemplo, as diferentes possibilidades de leitura de um mesmo “texto”.
            O sexto Modelo, denominado o Modelo da Mercadoria ou Teoria Crítica da Comunicação, elaborado durante a década de 40 num momento de crítica ao Iluminismo e de debate da cultura popular, analisa a comunicação como uma mercadoria produzida pela indústria cultural, fazendo da questão básica de pesquisa o questionamento da lógica da produção cultural.
            O sétimo Modelo Teórico, o da Cultura, foi produzido na Inglaterra e nos Estados Unidos numa circunstância de crítica ao marxismo ortodoxo e ao positivismo. Por ver a comunicação como uma forma de compartilhamento de informações e examinar o impacto social das telenovelas, por exemplo, a questão principal levantada é acerca da representação da realidade construída pelos mass media.

            Finalmente, o oitavo Modelo Teórico para o Estudo das Comunicações, o do Diálogo, desenvolvido na América Latina durante o processo de alfabetização dos adultos e de extensão rural nas décadas de 60 e 70 devido às novidades trazidas pelas tecnologias interativas, traz como questão básica de pesquisa a definição ideal de comunicação, uma vez que passa permitir um diálogo mediado pela tecnologia.

Outro desafio do jornalista: a difícil tarefa de conciliar vida pessoal e profissional

4 fev

O jornalista, escritor, pesquisador, professor e comentarista esportivo Celso Unzelte, 41 anos, em entrevista coletiva realizada no último dia 3 de junho, conta como é complicada a tarefa de conciliar a vida profissional e pessoal numa profissão que exige tanto tempo e dedicação.

 

Celso Unzelte mantém uma rotina apertada: “[…] Na segunda de manhã, eu faço o boletim da rádio da ESPN […], eu gravo todos os jogos da semana de uma vez na segunda feira […] e às dez e meia eu to na ESPN gravando o É Rapidinho. Na terça – feira, eu tenho, em tese, livre, o dia inteiro livre, a exceção de uma vez a cada três semanas que eu faço o Ponta Pé Inicial das dez das manhã ao meio dia na ESPN. Na quarta eu dou aula aqui (Faculdade Cásper Líbero) pra vocês de manhã e a tarde é, teoricamente, livre. A quinta é teoricamente toda livre. Na sexta, oriento trabalho aqui (Faculdade Cásper Líbero)  de manhã, faço, pelo menos, a coluna do Yahoo […] e na sexta à  noite, to aqui dando aula pro pessoal da noite. Sábado é meu único dia sem nenhum compromisso mesmo, a não ser quando fechamentos inválidos… Domingo, eu faço o Diário do Comércio pra começar tudo de novo […] E tem pra corrigir, pelo menos, 600 trabalhos por bimestre […]”, além das revistas, consultorias e outros trabalhos que surgem esporadicamente, como lembra o jornalista, afirmando ser uma tarefa quase impossível conciliar família e profissão.

Casado com uma, também, jornalista, ele explica que só poderia ter se conjugado com uma profissional da mesma área, já que, durante anos, passou a maior parte de seu tempo nas redações das revistas e dos jornais nos quais trabalhava. Ele aponta que o lado negativo no fato de ambos seguirem a mesma profissão é o risco de constantemente conversarem assuntos sobre trabalho, como pautas, fontes, edições, fechamentos; e o lado positivo, é a facilidade de compreensão para com as dificuldades que envolvem a ocupação do jornalista: “Se eu ligar pra ela às cinco da manhã dizendo que a redação ainda não fechou, ela vai acreditar”, esclarece Celso, destacando a reciprocidade da situação. Pai de três filhos, Carolina, a mais velha, Beatriz e Daniel, Celso aponta a possibilidade de trabalhar em casa como um fator que favorece a família na hora de compensar a falta de tempo. “Eu e minha esposa conseguimos almoçar todos os dias com nossos filhos.”

Consagrado como o historiador do Corinthians, relata que a elaboração do Almanaque do Timão durante a infância da filha mais velha, prejudicou a presença do pai nessa fase de Carolina. “A infância mais tenra dela, ela perdeu o pai pro computador”, lamenta Celso justificando a densidade de trabalho na apuração dos dados necessários para escrever o livro.

Unzelte afirma que o bom humor com o qual a família encara as dificuldades decorrentes da intensidade dos afazeres é o segredo para o cumprimento de seu dever como pai e profissional de sucesso.

Deixando transparecer esse bom humor, o jornalista lembra que até há pouco tempo, quando dizia para Carolina que estava saindo para trabalhar, ela respondia: “Maldito Corinthians!”. O corinthiano fanático ainda brinca que a carência de horários para os filhos teve algumas consequências: a primeira delas foi a preferência das filhas pelo São Paulo como time para torcer. Seu filho caçula, Daniel, aquele que, nas palavras de Celso, “nasceu com a responsabilidade de ser corinthiano, depois de duas são paulinas”, possui ao lado da mesa do escritório do pai uma mesinha na qual ele brinca de jornalista.

Construir carreira jornalística não era seu sonho de menino. Quando criança, Celso desejava ser desenhista de histórias em quadrinhos. Ele conta que começou a pensar na possibilidade durante o colegial e que essa escolha envolveu a reunião de suas melhores aptidões: ler, escrever e falar. Hoje, apesar do desgaste provocado pela exigência da profissão, conta que seu trabalho traz realização profissional e ainda ressalta que a recomenda aos filhos. “Não só recomendo como faço força.” O entrevistado ainda ressalta que, embora seja difícil ganhar a vida como jornalista, continuará dedicado ao trabalho até quando sua saúde permitir. “Antes de tudo o cara tem que ter prazer em ser jornalista […] não é de dinheiro que eu to falando, é de satisfação pessoal, de ser uma pessoal melhor, que é, no fundo, o que eu sempre busquei desse troço aqui.”