Questões básicas de pesquisa

4 fev

“Modelos teóricos para o estudo das Comunicações”

O primeiro Modelo Teórico para os Estudo das Comunicações denomina-se Manipulação. Formulado durante a Primeira Guerra Mundial, quando a sociedade era tida como uma massa passiva sobre a qual o poder da mídia não possuía limitações, tem como questão básica de pesquisa o questionamento dos efeitos de curto prazo que podem se causados sobre o público. A mesma questão se repete no segundo modelo, o da Persuasão (ou Influência), este, foi elaborado no período da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria  durante o qual a sociedade ainda era vista como uma massa passiva, porém, diferentemente do primeiro, com certa capacidade de resistência ao aceitar aquilo que é irradiado pela mídia. O terceiro Modelo, chamado de Função, foi desenvolvido após a Segunda Grande Guerra. Ele interroga, basicamente, quais as funções da mídia na sociedade, já que considera a mídia como um conjunto integrado voltado ao controle social. Esses três primeiros modelos foram desenvolvidos nos Estados Unidos, são conhecidos como modelos funcionalistas norte-americanos e caracterizam a chamada comunicação de massa.
            O quarto modelo, conhecido como o da Teoria da Informação, também formulado nos Estados Unidos, surge a partir da década de 20 num contexto de demandas da indústria de telecomunicações. O anseio pela maior eficácia na transmissão de informações, sem preocupação com o teor da ideia a ser irradiada, explica o fato de sua questão fundamental de pesquisa ser a busca pela forma mais eficiente de se transmitir uma mensagem. Já o quinto Modelo, o da Linguagem, formulado na Europa da década de 60, questiona, paradoxalmente ao modelo anterior, a significação da mensagem. Nele contêm os principais estudos sobre a mensagem, por exemplo, as diferentes possibilidades de leitura de um mesmo “texto”.
            O sexto Modelo, denominado o Modelo da Mercadoria ou Teoria Crítica da Comunicação, elaborado durante a década de 40 num momento de crítica ao Iluminismo e de debate da cultura popular, analisa a comunicação como uma mercadoria produzida pela indústria cultural, fazendo da questão básica de pesquisa o questionamento da lógica da produção cultural.
            O sétimo Modelo Teórico, o da Cultura, foi produzido na Inglaterra e nos Estados Unidos numa circunstância de crítica ao marxismo ortodoxo e ao positivismo. Por ver a comunicação como uma forma de compartilhamento de informações e examinar o impacto social das telenovelas, por exemplo, a questão principal levantada é acerca da representação da realidade construída pelos mass media.

            Finalmente, o oitavo Modelo Teórico para o Estudo das Comunicações, o do Diálogo, desenvolvido na América Latina durante o processo de alfabetização dos adultos e de extensão rural nas décadas de 60 e 70 devido às novidades trazidas pelas tecnologias interativas, traz como questão básica de pesquisa a definição ideal de comunicação, uma vez que passa permitir um diálogo mediado pela tecnologia.

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