Arquivo | outubro, 2009

Direito de Imagem

19 out

A imagem sempre foi objeto de proteção em nossa legislação. Felizmente, hoje a importância voltada a esse objeto de polêmica é muito maior do que em outros tempos.

Antes do advento da fotografia, a imagem humana era exclusividade da pintura, dos desenhos e das esculturas e, portanto, não havia problemas em relação ao direito de imagem, uma vez que tais “artes” eram sempre encomendadas e, muitas vezes, exigia a presença do próprio dono da imagem para sua realização. Contudo, após o nascimento da fotografia e o crescente aperfeiçoamento das tecnologias, criou-se a possibilidade de obter a imagem de pessoas sem seu conhecimento ou autorização e de, até mesmo, reproduzir infinitamente essas imagens. A partir daí iniciam-se polêmicas acerca da do direito de imagem e da relação entre os meios de comunicação e sua cada vez maior associação com a imagem das pessoas.

Imagem:

Por imagem, compreende-se toda forma visual, seja da face ou de qualquer outra parte do corpo, que permita identificar certo individuo. É objeto de proteção prevista em lei devido ao fato de estar diretamente relacionada à personalidade do ser humano. É a imagem do homem, ligada ao seu nome e caráter que constrói a identidade, a reputação e o “patrimônio pessoal” que um sujeito conquista ao longo de uma vida. Por imagem compreende-se, portanto, além da aparência física do indivíduo, sua imagem moral a qual o dignificará perante a sociedade.

Diferentemente do passado, atualmente, qualquer pessoa tem o direito de zelar sobre sua imagem e honrá-la, mediante recebimento de indenização, caso esta seja violada por terceiros sem autorização. Portanto, uma vez garantido o direito de indenização, pressupõe-se que a exposição da imagem de um indivíduo, muitas vezes pode acarretar danos morais e materiais.

Direito de personalidade:

Personalidade, além de ser um bem adquirido desde o nascimento, é aquilo que define o caráter e as ações de uma pessoa dentro do seu meio social. Entende-se por direito de personalidade ou direito de personalismo o conjunto de normas que defendem e protegem as características individuais, sobretudo as integridades física, moral e intelectual, de cada indivíduo. O interesse privado também se relaciona ao direito de personalidade.

Direito de Privacidade:

Converge-se ao direito de imagem, o direito de privacidade. O direito de privacidade consiste no direito de estar só, de não ser monitorado e registrado e de proteger a exposição da intimidade, como a vida doméstica, o trabalho, a família, entre outros registros pessoais, ao grande público.

Direito de imagem:

Apesar de não ser necessário uma lei para conscientizar a sociedade de cada indivíduo possui direito sobre sua imagem, ela foi criada, sobretudo, devido ao uso indevido que dela se adota por terceiros.

O artigo 5º inciso X da Constituição Federal protege o direito de imagem dos indivíduos. Além de garantir a inviolabilidade da imagem, da honra e da moral das pessoas, prevê, também, o direito de indenização em caso de violação desta; o artigo 5º inciso V assegura o direito de resposta proporcional à ofensa e, também, a indenização por dano material, moral ou da imagem e, finalmente, o artigo 5º inciso XXXVII garante a proteção às participações individuais em obras coletivas e a reprodução da imagem e da voz do homem, inclusive em atividades esportivas.

É relevante advertir que a lei só garante ao indivíduo o direito de proibir a exposição ou utilização da sua imagem quando o fato representar ofensa à honra ou se destinar a fins comerciais.

Se uma pessoa for fotografada num local público, por exemplo, e sua imagem aparecer em campanhas publicitárias cujo plano de fundo for, justamente, um local público e não houver foco na imagem de tal pessoa, não há transgressão à lei ou o direito de exigir indenização sobre o uso da imagem, porque esse caso não caracteriza prejuízo moral ou material. Já quando a participação se der de maneira ativa, deverá haver consentimento tratado previamente em contrato, pois são nesses casos que ocorrem a maior partes dos problemas, já que há ocorrências em que as imagens são utilizadas para situações diferentes da combinada, podendo acarretar danos ao indivíduo.

Uma celebridade ou um famoso pode ser fotografado fazendo aquilo que lhe dá fama: o jogador de futebol jogando bola, o músico tocando instrumento e assim por diante; caso contrário, a imagem caracterizará invasão de privacidade. Deputados, ministros, políticos em geral são pessoas públicas por excelência e, portanto, podem ser fotografados sem restrições, mesmo em sua “intimidade”, pois a conduta particular destes influi diretamente no voto da sociedade. Os detentos recebem proteção do Estado através da Constituição Federal (XLIX) o qual assegura aos presos o respeito à integridade física e moral.

O termo imagem moral refere-se à imagem de um indivíduo perante o meio social ao qual está inserido e, caso esta for associada a algo “mal visto” pela sociedade, grandes constrangimentos podem ser causados. Por isso, é necessário entender que ao permitir o uso da imagem, devem-se respeitar certos limites. Porém, atualmente, esses limites, muitas vezes, não são acatados e o desenvolvimento tecnológico que permite fotografar pessoas sem que percebam e sem devida autorização, transformou a fotografia num instrumento que permite burlar certas regras e causar grandes danos. Isso explica a necessidade de esclarecimento bem definido em contrato, o qual deve informar exatamente como imagem de certo indivíduo será utilizada.

Hoje há um enorme número de casos na justiça que exigem indenização por mal uso da imagem, principalmente demandados por aqueles que pretendem ganhar dinheiro com tais processos. Contudo, para ganhar a causa tem que demonstrar o dano causado, apesar do fato de haverem juízes que julgam o simples fato de aparecer na imagem constituir o dano por si.

A autorização para o uso de imagem e o trabalho do fotojornalista:

Prevista no Código Civil Brasileiro, a obrigação de solicitar autorização para uso de imagem das pessoas fotografadas gera polêmica e afeta diretamente o trabalho dos fotojornalistas que se sentem cada vez mais ameaçados e constrangidos.

Em defesa, estes profissionais alegam que a necessidade do pedido de autorização para realização da foto interfere no trabalho, uma vez que prejudica flagrantes e a espontaneidade das cenas. Por isso, a solução desse conflito foi encontrada na elaboração da lei que diz que a imprensa pode utilizar a imagem de um indivíduo sem autorização desde que apresente função social, ou seja, caracteriza-se fato relevante e de interesse público.

Todavia, a enorme quantidade de processos contra fotojornalistas por parte dos “retratados” que visam ganhar algum dinheiro com indenizações, mesmo quando as imagens não representam ofensa à moral, têm prejudicado os fotojornalistas que passam a auto censurarem-se, lesando a vertente investigativa e “denunciativa” de seu ofício.

Esse problema não afeta simplesmente a produção do fotógrafo. Ele atinge a sociedade de uma maneira geral, pois priva as pessoas do acesso ao conhecimento. Vale ressaltar que, quando sai do âmbito da imprensa, é difícil justificar o uso da imagem de alguém.

Direito de informar e interesse público:

A imprensa possui o direito de informar utilizando-se de imagens de pessoas com ou sem sua autorização. Isso é possível, pois, nesse caso, o direito de imagem esbarra no artigo da constituição que garante o direito de liberdade de expressão e de pensamento. Portanto, se for divulgada uma imagem cujo conteúdo apresente cunho jornalístico e informações relevantes para a sociedade, prevalece o direito de informação sobre o de imagem. É importante ressaltar que interesse público e liberdade de imprensa estão diretamente relacionados, uma vez que um sustenta o outro a fim de garantir a liberdade de expressão e o direito que a sociedade tem de conhecer e de se informar acerca dos eventos que a cerca.

Interesse Público:

Não há definição concreta para interesse público, pois esse é um conceito que não apresenta regras e varia de ambiente para ambiente, de lugar para lugar, de país para país. No entanto pode-se afirmar que a liberdade de imprensa só tem razão de existir para atender ao público, facilitando a ele o acesso à informação, que é considerado o instrumento fundamental para o desenvolvimento humano.

Estatuto da Criança:

O artigo 17, garante a inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, incluindo a preservação da imagem e o artigo 247, garante punição para quem exibe imagem inteira ou parcialmente e que permita a identificação direta ou indireta da criança ou do adolescente infrator. É permitido, por exemplo, a fotografia de uma criança ou adolescente cheirando cola, pois o assunto apresenta cunho social e interesse público, porém, a imagem deste deve ser preservada de modo que não seja possível o reconhecimento do indivíduo.

A odisséia de Larissa Rosa

13 out

Larissa Rosa, 19 anos, sorocabana, aos domingos toma o ônibus da companhia Cometa com destino a São Paulo, onde reside desde o início deste ano. Estudante da Faculdade Cásper Líbero, ela encara semanalmente o longo trânsito que se forma no caminho da capital. Especialmente no último domingo, tomou o ônibus às 17 e 30 na rodovia Castelinho. Com previsão para chegar em São Paulo, no Terminal Rodoviário da Barra Funda, às 18 e 40, a estudante, surpreendentemente, chegou com apenas dez minutos de atraso, entretanto não imaginava os obstáculos que ainda teria que enfrentar naquela noite aparentemente pacata.

Como toda boa universitária, vinha carregada de bagagens abarrotadas de roupas que havia levado para a mãe lavar e de comidas que trouxera para passar a semana.  Ela transportava uma mochila nas costas e uma bolsa pendurada em cada braço.

Cansada da viagem, Larissa ligeiramente tentou atravessar a catraca que dá acesso ao metrô, porém, ficou presa quando esta não liberou passagem, pois em seu bilhete único contava apenas R$ 1,00. Aborrecida, enfrentou uma fila de aproximadamente oito minutos. Entrou no trem com preguiça das baldeações que ainda teria que fazer até descer na Avenida Paulista e atemorizada com a possibilidade de chegar tarde ao seu destino. Examinou, analisou, procurou e não encontrou nenhum lugar para se sentar. Cada balançada do metrô fazia derrubar uma das bolsas que Larissa carregava, ou tentava carregar.

Desceu na estação Trianon-Masp, na Avenida Paulista por volta das 19 e 30. Assustou-se quando se deparou com a solidão da avenida que, normalmente, nunca dorme. Foi a primeira vez que a estudante encarou a principal via da cidade numa noite de domingo.

Acostumada com a tranquilidade do interior, Larissa sente-se apavorada com as perigosas e alarmantes circunstâncias com as quais pode deparar-se numa cidade como São Paulo. Preocupada, pensou em apanhar um táxi para substituir a caminhada de cerca de dez minutos que ainda teria que fazer. Pensou em comprar um saco de pipoca que um senhorzinho vendia na rua, mas desistiu ao lembrar que o dinheiro estava dentro de uma das bolsas, que não tinha mãos livres para carregar o saquinho e que, claro, a rua estava deserta e assombrosa. Como não encontrou nenhum táxi nos redores, optou por acelerar o passo para chegar rapidamente em sua casa. Seu medo chegou ao ápice quando avistou um grupo de homens conversando em voz alta no meio do quarteirão. Colocou o capuz de seu moletom na cabeça, cruzou os braços e desceu a ladeira da Rua Barata Ribeiro com uma expressão brava, porém corajosa, como se fosse espantar qualquer perigo que eventualmente pudesse aparecer.

Aproximando-se de seu apartamento, Larissa manobrou para encontrar o molho de chaves que estava guardado em uma das mochilas e, aliviada, sentiu-se protegida por ter chegado bem em casa. Girou a chave da porta e ela não abriu. Pensou que havia se confundido e tentou o mesmo movimento com as quatros chaves componentes de seu chaveiro. Estranhou, experimentou-as novamente e a porta não abriu. Desesperada e incrédula, pensou em quebrar o vidro, bater no portão e gritar por socorro. Por um instante, suas esperanças renasceram ao lembrar de Seu Batata, zelador, o qual, porém, já havia se retirado do prédio.  Ela sacou o celular do bolso e ligou para sua mãe na expectativa de encontrar a solução para seu problema. Acatou o conselho de Mira e a primeira medida que tomou foi afastar-se da calçada e procurar um lugar seguro onde pudesse se acalmar e pensar no que faria para resolver a situação.

Do outro lado da rua, avistou um senhor vestido numa camisa verde. Foi ao seu encontro à procura de guarita. Era Seu José Carlos, manobrista do flat localizado em frente ao seu prédio. Foi ele quem a explicou o que havia acontecido: na madrugada de sábado, o inglês, vizinho de Larissa, chegara bêbado e, como não encontrou suas chaves, chacoalhou a porta, quebrou a fechadura, provocando, até mesmo, rachaduras na parede da portaria. Por um lado acalmada pelo fato de saber que não havia ocorrido tentativa de assalto, Larissa começou a lembrar das amigas que poderiam abrigá-la nessa noite conturbada. Para completar, enquanto procurava os números de telefones, José Carlos começou a relatar casos de assaltos já ocorridos na rua, assustando-a novamente.

Ligou para sua colega de quarto, Liz, que também estava para chegar do interior. Larissa explicou a história e apavorou a amiga, fazendo-a pensar que a porta que havia sido quase arrombada era a de seu apartamento. Contudo, ela ainda estava na estrada e levaria mais de uma hora para chegar a São Paulo. Não restava a Larissa outra alternativa a não ser aguardar. Cada pessoa que se aproximava da portaria do prédio despertava nela a esperança de ser um vizinho. Foi cerca de após quarenta minutos de espera que um Fit prateado embicou para entrar no portão da garagem. Entusiasmada, Larissa correu em direção ao motorista e fez gestos para que ele abaixasse o vidro. Embora desconfiado, cedeu e Larissa explicou toda situação. Quando entrou em seu apartamento, agradeceu e “enalteceu” sua casa. Deixou as bagagens de lado e telefonou para os pais, que já haviam mobilizado todos os parentes residentes na capital, para avisar que conseguira entrar em casa. Cansada, Larissa comeu chocolates e adormeceu.

Viagem ao século XXI

8 out

Família Jetson

Família Jetson

O desenho:

O famoso desenho animado Os Jetsons foi criado no ano de 1962 pela dupla Will Hanna e Joe Barbera.

O desenho se passa no século XXI e retrata as aventuras e o cotidiano de uma família comum de classe média. Os Jetsons fazem parte de um mundo futurista, caracterizada por arranha-céus, carros que voam, robôs e aparelhos super modernos que tornavam a vida mais fácil. É basicamente uma inversão de Os Flintstons, peripécias de uma família pré – histórica que vivia na Idade da Pedra.

Originalmente, foram produzidos 24 episódios exibidos em apenas uma temporada de 1962 a 1963. Vinte anos mais tarde, o desenho foi relançado e apresentado de 1984 a 1987 com novos episódios. Em 1962 foi criada, também, a versão em quadrinhos da animação.

Os Jetsons influenciaram desenhos contemporâneos como Futurama, o qual, de certa forma, satiriza o futuro idealizado anos atrás.

As Personagens:

George Jetson: é um pai dedicado que adora passar o tempo com a família, jogar Spaceball com seu filho Elroy e assistir Hill Stars. Funcionário da “Spacely Sprockets”, sofre com o stress diário do chefe Sr. Cosmo Spacely.

Jane Jetson: é dona de casa, mãe e esposa amorosa. Adora fazer compras no shopping e mudar o visual. Prepara, sempre, boas surpresas para a família e procura maneiras para tornar a vida do marido mais simples e menos stressante.

Juddy Jetson: é a filha mais velha, estudante de Biologia nos Cyborgs e Astro Matemático e, como toda adolescente, adora fazer compras e está sempre preocupada com os namoros.

Elroy Jetson: é o filho caçula que adora aventuras espaciais. Estuda na Little Dipper School e é considerado um gênio nas ciências espaciais aos 10 anos de idade.

Rosie: é a empregada robô responsável pelo serviço doméstico da casa. Apesar de seu modelo “fora de linha”, a família é incapaz de trocá-la por um modelo mais moderno devido ao carinho que sente por ela. Representa o sonho de qualquer dona de casa.

Astro: é o cachorro amado da família.

Senhor Spacely: patrão de George e proprietário da Spacely Sprocket Company.

Os criadores:

Willian Hanna, mais conhecido como Bill Hanna, era jornalista e engenheiro e começou a trabalhar como cartunista na Warner Brothers aos 27 anos de idade. Quatro anos mais tarde, foi transferido para o recém criado departamento de desenhos animados da MGM, onde conheceu Joseph Barbera, banqueiro que havia abandonado a profissão para se dedicar à criação de desenhos animados.

Após o fechamento do departamento de animação da MGM, a dupla criou a HB (Hanna-Barbera) Productions, na qual trabalharam durante 41 anos. A dupla “conquistou sucesso numa época em que a animação para televisão era considerada nada realista”. Eles desenvolveram técnicas que possibilitaram a criação de inúmeros desenhos animados em curtos períodos de tempo e filmavam suas criações em cores, o que, posteriormente, facilitou a exibição das animações.

A primeira criação da dupla foi a estória de um gato chamado Tom e de um pequeno e esperto rato chamado Jerry. Com ele, a dupla angariou sete Oscars de Hollywood e 10 prêmios Emmy de televisão. Mais tarde, uma diversidade de personagens surgiu, como Dom Pixote, Zé Colméia, Fred Flintstone, Touché, Manda Chuva, Penélope Charmosa, George Jetson, entre outros que marcaram a infância dos nascidos na década de 1960.

Foi no auge do sucesso da família pré-histórica dos Flintstones que os produtores Hanna e Barbera criaram Os Jetsons: nascia uma família futurística que, em seu cotidiano, interagia com carros voadores, edificações suspensas, tubos de transporte, esteiras elétricas e “comodidades tecnológicas que só o “distante século XXI” traria”. A dupla conseguiu apresentar num desenho animado tecnologias que a década de 60 podia imaginar.

“Era uma vez o futuro: o homem no espaço, supercomputadores, telefones portáteis, a vida ao comando de um botão”:

O século XX, no qual se insere a criação de Os Jetsons, foi marcado por mudanças significativas na questão da tecnologia. Os avanços nessa área proporcionaram conforto material para as pessoas que a ela tinha acesso. Foi o século dos vôos espaciais que expandiram o conhecimento do homem em relação ao universo, da disponibilização de tecnologias como telefone e computadores às massas e, também, do desenvolvimento de armas nucleares e da invenção da Internet. Embora germinado na imaginação dos criadores Hanna e Barbera, a série reproduziu no imaginário da década de 1960, o que seria o tão anunciado século XXI.

Além das grandes perspectivas criadas pela Revolução Industrial, potencial influenciadora da futurologia do passado, a utopia norte-americana de união entre tecnologia e prosperidade, explica, também, a idéia de futuro da década de 60. Após o lançamento do satélite Sputinik pelos russos, as duas superpotências da época, Rússia e Estados Unidos, iniciaram a chamada “corrida espacial”. Na década de 60, os Estados Unidos apontavam como superpotência econômica e militar: era o auge da hegemonia estadunidense sobre o planeta, a qual seria reforçada por sua superioridade tecnológica. Nessa época, os foguetes, o televisor em cores, os videofones, os reatores nucleares e os computadores mainframes eram os últimos triunfos científicos conquistados pelos norte-americanos.

Uma confusão entre ciência factual e ficção científica dominou a imaginação do público da década de 1960. Fantasiava-se que naves espaciais da NASA se transformariam em transportes interplanetários para passageiros comuns que desejassem viajar para outros planetas, arquitetava-se que os reatores nucleares produziriam energia a custos baixos e em quantidades ilimitadas, idealizavam-se máquinas capazes de raciocinar e de sentir emoções como os seres humanos e os computadores, em especial, destacou-se no ideário da população como o ícone da alta tecnologia. Muitas dessas concepções eram motivadas por previsões de cientistas da computação e, cada avanço realizado na área, servia de alimento para a invenção de novas máquinas “incríveis”. Tais idéias são evidentes, também, nas obras de escritores e cineastas do período, às quais contribuíam largamente para sua disseminação entre a massa.

Em geral, em termos de futurismo, o desenho aborda tecnologias de funções práticas, capazes de simplificar e beneficiar a vida das pessoas, além de oferecer comodidade através do consumo de produtos. Os criadores do desenho já imaginavam a necessidade de praticidade de um século que se prima pela eficiência e facilidades oferecidas pelo progresso, contudo marcado por problemas que só o excessivo crescimento tecnológico seria capaz de criar. Percebe-se como parte do cotidiano o sofrimento de George com os congestionamentos de trânsito, a fadiga e a falta de tempo. É notável o stress diário causado pela exigência dos dias de trabalho numa sociedade assinalada pela acirrada concorrência entre empresas que buscam atender à demanda capitalista: nos episódios, George sempre chega cansado do trabalho em busca de momentos de tranquilidade para descansar e aguentar a cobrança do dia seguinte. Percebe-se, também, através do comportamento da mãe Jane e da filha Judy a atitude consumista que marca esse tempo. Em suma, Hanna e Barbera conseguem assinalar com sutiliza as dificuldades que o homem moderno teria de enfrentar.

Algumas das tecnologias imaginadas se concretizaram, outras não; estas, porém, anteciparam conceitos de forma desconcertante:

O modelo de futuro vivido por um adulto dos anos 2000 é muito similar àquele prometido há décadas passadas. O século XXI caracteriza-se pela consolidação da Internet como veículo de comunicação e fator essencial para o fenômeno da globalização de informações. Este século é, também, marcado pela expansão da telefonia fixa e da rede de celulares e pela invenção de tecnologias práticas e sofisticadas como laptops, banda larga, Ipods, Iphones, bluetooth, tvs de plasma, tvs digital, dvds, câmeras digitais, etc. Entretanto, a Internet é a que mais merece destaque. Em Os Jetsons é possível verificar tecnologias que hoje só são concretas graças à ela: no que diz respeito à questão da evolução dos sistemas de comunicações, por exemplo, ferramentas como o Skype e o MSN que possibilitam conversas áudio e vídeo em tempo real, além dos telefones celulares já capazes de exercer essa função, são realidades somente devido aos serviços oferecidos pela Internet. Na animação, a família Jetson se comunicava via videoconferência.

Paradoxalmente, em alguns casos, a velocidade da tecnologia não acompanhou a da imaginação. Hoje, por exemplo, a robotização na indústria é fato, todavia, não imitando humanóides, como elucida a governanta da família Jetson. Apesar de ainda não existirem máquinas com atitudes próprias, como Rose, as pesquisas em inteligência artificial caminham nessa direção; os japoneses, que estão à frente nas pesquisas de robótica, já produzem robôs para diferentes funções. Quanto às “esteiras rolantes”, cuja função é deslocar as personagens pelos cômodos das casas e pelos setores dos ambientes públicos, embora não dominarem as residências, como faz no desenho, estão se estendendo cada vez mais em estabelecimentos como shoppings, aeroportos, supermercados, museus, metrôs, prédios comercias e escolas. Antevisões acerca da gravidade consistem noutro exemplo de ideal ainda não efetivado. Em Os Jetsons, todos vivem em arranha-céus futuristas, enfrentam trânsito em seus carros voadores e se “teletransportam” através de tubos. Os estudos referentes a esse tema ainda são embrionários e a primeira evolução neste sentido foi a descoberta do supercondutor que flutua quando é resfriado a -273 °C. Assim, também acontece com as refeições em cápsulas, as quais ainda representam ficção para os dias atuais.

“Em 1969 nasce o “avô” do e-mail; a primeira mensagem enviada foi pela rede universitária Arpanet. Em 1981 nasce o primeiro computador pessoal, o IBM PC. Nos anos seguintes aparecem no mercado o computador portátil e o telefone celular. No ano de 1991 surge a web, a grande rede www. No fim da década de 90 os dowloads se tornam mais rápidos e nasce o Google, pai de todos os sites. Num curto intervalo de tempo de aproximadamente 10 anos, surgem a banda larga, os notebooks com wi-fi e as trocas de mensagens instantâneas pelo MSN”.

Referências Bibliográficas:

Barbook, Richard, Futuros Imaginários , disponível em http://futurosimaginarios.midiatatica.info/futuros_imaginarios.pdf

http://www.cartoonnetwork.com.br/watch/tv_shows/jetsons/

http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Jetsons

http://www.hannabarbera.com.br/jetsons/jetsons.htm

http://www.arcadovelho.com.br/Desenhos_Antigos/80/Os%20Jetsons/Cartoon.htm

http://www.hannabarbera.com.br/hb.php

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hanna-Barbera

Conversas com adultos que assistiam ao desenho e se disponibilizaram comentar a respeito da visão de futuro da época

Como analisar e entender uma imagem: uma leitura semiótica

8 out

Semiótica:

A semiótica foi criada por Charles Sanders Peirce, que formulou uma teoria geral para os signos, definindo-os como “algo que representa alguma coisa para alguém em algum lugar”.

Uma filosofia das significações que adota a mediação como principal questão de análise, a semiótica é a ciência que ajuda a interpretar a imagem e entender como ela transmite mensagens. Seu estudo explica que é o repertório visual e cultural de cada indivíduo que permite diferentes interpretações de uma mesma imagem, além do fato de esta depender do momento sócio cultural de uma sociedade. Por isso, são estabelecidas diferenças entre o significado e o sentido de uma imagem, no qual o primeiro refere-se a uma convenção estabelecida pelo senso comum e o último a algo pessoal e intransferível.

A semiótica tem por objeto de estudo qualquer sistema sígnico, portanto, pode-se analisar semioticamente tudo o que está ao nosso redor, pois, para esta ciência, tudo é passível de interpretação e tem um significado.

A imagem é um signo e, por isso, representa algo e precisa ser lida e decodificada, uma vez que ajuda construir sentidos para aquilo que se observa. Porém, é importante ressaltar que reconhecer um elemento de uma imagem não significa que e a estamos compreendendo e decodificando, pois o ser humano trabalha com formas simbólicas.

O fotojornalismo moderno nasceu com Erich Salomon na Alemanha no ano de 1930. A criação da revista LIFE nos Estados Unidos é um acontecimento que merece destaque, uma vez que caracteriza um momento importante que reiterou o fotojornalismo de guerra no fotojornalismo mundial. A grande reportagem passou a tomar conta das revistas e, por consequência, o fotógrafo passou a ser valorizado como um “contador de histórias”, já que a história passou a ser contada por várias imagens. Nos anos 80, surge um tipo de fotojornalismo engajado e ideológico e nos anos 90, aparece uma época de decadência do fotojornalismo mundial, na qual ele deixa de ser engajado e jornalístico, assumindo função estética publicitária e cineatográfica e a fotografia de imprensa retorna à posição de ilustração. Nas imagens jornalísticas dos últimos anos percebe-se a estética do espetáculo, característica da época atual. Vale ressaltar que apesar de a câmera fotográfica querer atuar como testemunha dos fatos, ela é, na verdade, criação daquilo que imaginamos como queremos que um fato seja representado.

Para a realização deste trabalho, selecionei a imagem de capa da revista Superinteressante como objeto de leitura para uma análise semiótica. A edição é de maio de 2009 e, apesar de trazer como imagem de capa uma montagem que causa impacto pelo paradoxo que representa, possibilita interessante análise semiótica.

Considerações acerca da imagem escolhida:

A priori, a imagem que traz a capa da revista é intrigante pelo fato de apresentar, em letras imponentes, a palavra “DIETAS” inserida na figura de uma barra de chocolate.

Curiosa, aproximei-me da imagem para observá-la de perto. Só assim pude perceber que em cada quadradinho de chocolate que compõe a barra do doce cita o nome popular de dietas inventadas, como “dieta dos pontos”, “dieta do arroz” e “dieta da lua”, intercalados com expressões como “Beverly Hills” e “South Beach”.

Ainda observando de perto a capa da revista, pude notar que a palavra “DIETAS” não é apresentada sozinha, uma vez que vem acompanhada da frase “A farsa das”. A partir de então, comecei compreender o porquê da representação de dieta numa barra de chocolate.

“Comer de 3 em 3 horas? Passar fome depois das 6 da tarde? A maioria das ideias sobre regime não faz sentido algum. Você realmente quer emagrecer? Então pergunte-nos como” é, também, uma frase que compõe a capa da revista.

Foi somente após a completa observação da imagem que muitas ideias surgiram em minha cabeça a fim de compreender seu significado. Neste momento, a partir de uma análise semiótica, pode-se afirmar que ocorreu o uso de meu repertório visual e cultural para a interpretação da imagem.

“É o repertório visual e cultural de cada indivíduo que permite diferentes interpretações de uma mesma imagem, além do fato de esta depender do momento sócio cultural de uma sociedade”:

A barra de chocolates opõe-se fortemente à idéia de dieta, fato que chamou minha atenção num primeiro instante. A leitura das frases que complementam a idéia da capa da revista permitiu melhor compreensão da intenção ali inserida.

Foi o meu repertório cultural e visual que me fez analisar a imagem a partir do contexto da sociedade em que estamos inseridos, a qual possui a característica de impor certos padrões de beleza que devem ser adotados pelos indivíduos para que sejam aceitos no meio em que vivem.

Essa questão gera polêmica à medida que, atualmente, o número de homens e de mulheres insatisfeitos com suas respectivas aparências é alarmante. Tais padrões são ditados pela sociedade capitalista através dos mais diversos meios de comunicação, como revistas e televisão, os quais apresentam modelos magérrimos que induzem os indivíduos acreditarem que só serão bem aceitos em seu meio se apresentarem figura semelhante àquela veiculada na mídia.

A partir da capa é, também, possível afirmar que a reportagem tem como alvo o público feminino, já que o assunto dieta manifesta-se, principalmente, entre esse grupo, devido às inúmeras razões já discutidas nesse texto. Estudos filosóficos afirmam que a forma magra foi rapidamente aceita pelas mulheres pelo fato de que este formato traz no inconsciente feminino um sentido libertador dos contornos arredondados que simbolizavam a maternidade e o papel reprodutor da mulher dos séculos passados.

As consequências dessa “ditadura” da beleza são devastadoras, uma vez que faz os indivíduos esquecerem da natureza do conceito de beleza, além de enfrentarem regimes torturantes que podem acarretar problemas como obsessão pela magreza, pela malhação, pelas cirurgias plásticas, pelos produtos de beleza, pela moda e, claro, pelas dietas. É necessária a conscientização de que são exatamente elas, quando feitas sem acompanhamento médico, sem orientações adequadas, de forma radical e sem necessidade, as principais causas de doenças como bulemia, anorexia, entre outros transtornos alimentares.       Vale ressaltar que o risco de as dietas não surtirem o efeito desejado pelo “praticante” – emagrecer com o intuito de enquadrar-se naquilo que a sociedade considera como belo – é enorme.

Interpretação da imagem selecionada e mensagem que ela pretende transmitir:

É nesse contexto que se insere as expressões inscritas nos quadradinhos de chocolate: “Beverly Hills” e “South Beach” referem-se à lugares populares por sua fama de ser freqüentado por homens e mulheres bonitos que ilustram, exatamente, o modelo firmado pela sociedade; já as “dietas populares” atuam, simultaneamente, como uma expressão alarmante e irônica acerca dos danos que podem trazer. “Vale a pena esquecer a modelo perfeita de outdoor” e “não dá para virar a Fernanda Lima quando o espelho mostrou sempre a silhueta de Preta Gil”, são frases do texto que confirmam tal alegação.

A imagem da capa traz o chocolate mordido. Considero esse elemento como o desejo de incentivar o leitor a negar padrões de beleza estabelecidos e as dietas populares, as quais, muitas vezes, constituem em mitos, e procurarem apoio profissional e apropriado para emagrecer e conquistar a figura almejada. A parte do texto que diz “Você realmente quer emagrecer? Então pergunte-nos como” traz implícita a idéia de que não condena os padrões estabelecidos pela sociedade, já que promove a credibilidade da revista como forma de ajuda confiável para o leitor ou leitora que almeja conquistar o peso desejado. Porém, a partir da leitura do texto, pode-se concluir que o que a revista pretende não é, como pensei a priori, substituir o papel de um “médico”, mas sim alertar os leitores dos perigos das dietas malucas e combatê-las, “detonando” os mitos que elas carregam consigo. As frases “Só vale fazer sacrifício se a questão for de saúde” e “dietas malucas são uma armadilha”, comprovam tais afirmações.

“Na balança, o que interessa é quantas calorias o alimento tem” e “pode comer de tudo”, “é proibido proibir” e “não precisa deixar de comer o que gosta, basta comer menos”, são frases do texto que adicionam à minha interpretação do chocolate mordido, a intenção de transmitir a mensagem de que é permitido comer doce, mesmo durante uma dieta, se as calorias ingeridas neste alimento forem compensadas com o não consumo de outros alimentos muito calóricos, a fim de manter um nível de calorias diárias adequadas.

Após a leitura da reportagem, pude constatar, também, que a matéria enfoca explicações científicas e biológicas a respeito do funcionamento do metabolismo humano e de como o corpo engorda e emagrece; abordagem que careceu na minha interpretação. Também posso afirmar que em minha leitura da imagem faltou tratar a questão da indústria da dieta, ao passo que meu foco voltou-se aos padrões de beleza impostos pela sociedade capitalista e, o da revista, apesar de também discutir esse assunto, deu maior atenção ao mercado das dietas e à indústria alimentícia, as quais atuam na sociedade sob as formas de vendas de livros e de empresas que utilizam esse elemento para promoverem-se. Nesse argumento, mais uma vez a revista mostrou-se disposta a detonar os mitos, alertando para que os leitores portem-se menos ingênuos e resistam à industria das dietas. A leitura do texto confirma, ainda, que minha análise deixou a desejar no que diz respeito à questão da fome como um processo psicológico que envolve, por exemplo, prazer, dificuldades emocionais, biológicas e sociais, insegurança, entre outros.

“Nos anos 90 aparece uma época de decadência do fotojornalismo mundial, na qual ele deixa de ser engajado e jornalístico, assumindo função estética publicitária e cineatográfica e a fotografia de imprensa retorna à posição de ilustração”.

Considerações finais:

Cabe nesta parte do trabalho dizer que concordo com a imagem trazida na capa desta edição da revista, pois esta permitiu uma boa interpretação da mensagem da reportagem. Embora minha análise tenha deixado a desejar em alguns quesitos, posso garantir que foi por precariedade de meu repertório cultural, uma vez que lida a matéria, pude compreender os significados que, a priori, não percebi. Afirmo, portanto, que, se tivesse autoridade, selecionaria, sim, esta imagem para representar a reportagem. Ressalvo apenas para o fato de que ela não traz elementos que induzam o leitor se informar de que o texto apresenta uma notável abordagem científica acerca do funcionamento do corpo humano.

capa da Revista "Superinteressante", maio de 2009

capa da Revista "Superinteressante", maio de 2009

O cotidiano aos olhos de Rubem Braga

7 out

"200 Crônicas Escolhidas"200 Crônicas Escolhidas, jóia de Rubem Braga, é uma reunião das melhores crônicas produzidas pelo autor entre 1935 e 1977, ano de seu falecimento. Baseado na seleção feita por Fernando Sabino, amigo e escritor, foi o próprio Rubem Braga quem escolheu os textos que compõe o livro.

Nascido em 1913, Braga efetivou-se na literatura brasileira, sobretudo como cronista. Para ele, a crônica compunha uma maneira única e complexa de expressar sua visão do mundo e de manifestar certos valores.

Rubem Braga destacou-se na época do Movimento Modernista quando a crônica ainda era considerada um estilo de pouco destaque. Foi ele, oscilando entre narrador de histórias e escritor de revistas e jornais, que atribuiu a essa maneira de escrever um valor antes nunca conquistado.

Rápidas e de fácil assimilação por seu tom de conversa e prosa limpa, ele se inspira nos eventos do cotidiano, especialmente do Rio de Janeiro de seu tempo, acrescentando-lhes ficção e fantasia, inerentes à crônica. Por essa razão, posiciona-se entre o Jornalismo e a Literatura, podendo ser considerado o poeta dos acontecimentos diários.

200 Crônicas Escolhidas apresenta fragmentos de uma “história menor”, distante dos grandes fatos memoráveis, os quais consegue transformar na mais alta poesia. Apesar de retratar a realidade que testemunhou ao longo de sua vida a partir do seu ponto de vista, seus textos encantam pela simplicidade e pela universalidade dos temas abordados.

Utilizando-se de linguagem coloquial num estilo aparentemente humilde e, muitas vezes, bem humorado, ele fala espontaneamente das pessoas, das cidades, das viagens, das mulheres, dos amores, da natureza, dos sentimentos, das inquietações, da infância, da juventude e dos lugares. Sua capacidade de demonstrar o amor pela vida e a preocupação pelos episódios que cercam o dia-a-dia das pessoas explica o interesse despertado no ato da leitura do livro.

A alternativa literária utilizada pelo escritor para descrever os acontecimentos invade o imaginário do leitor, fazendo-o transcender para a situação narrada no livro. Em seu registro da vida, Rubem Braga faz representação temporal dos eventos do passado numa tentativa de recuperá-los ao presente, escapando da “corrosão dos anos”. Somente um escritor com o talento e a sensibilidade de Braga é capaz de explicar o mundo com a clareza, os detalhes e a personalidade que ele faz.

Hello world!

7 out

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