Viagem ao século XXI

8 out

Família Jetson

Família Jetson

O desenho:

O famoso desenho animado Os Jetsons foi criado no ano de 1962 pela dupla Will Hanna e Joe Barbera.

O desenho se passa no século XXI e retrata as aventuras e o cotidiano de uma família comum de classe média. Os Jetsons fazem parte de um mundo futurista, caracterizada por arranha-céus, carros que voam, robôs e aparelhos super modernos que tornavam a vida mais fácil. É basicamente uma inversão de Os Flintstons, peripécias de uma família pré – histórica que vivia na Idade da Pedra.

Originalmente, foram produzidos 24 episódios exibidos em apenas uma temporada de 1962 a 1963. Vinte anos mais tarde, o desenho foi relançado e apresentado de 1984 a 1987 com novos episódios. Em 1962 foi criada, também, a versão em quadrinhos da animação.

Os Jetsons influenciaram desenhos contemporâneos como Futurama, o qual, de certa forma, satiriza o futuro idealizado anos atrás.

As Personagens:

George Jetson: é um pai dedicado que adora passar o tempo com a família, jogar Spaceball com seu filho Elroy e assistir Hill Stars. Funcionário da “Spacely Sprockets”, sofre com o stress diário do chefe Sr. Cosmo Spacely.

Jane Jetson: é dona de casa, mãe e esposa amorosa. Adora fazer compras no shopping e mudar o visual. Prepara, sempre, boas surpresas para a família e procura maneiras para tornar a vida do marido mais simples e menos stressante.

Juddy Jetson: é a filha mais velha, estudante de Biologia nos Cyborgs e Astro Matemático e, como toda adolescente, adora fazer compras e está sempre preocupada com os namoros.

Elroy Jetson: é o filho caçula que adora aventuras espaciais. Estuda na Little Dipper School e é considerado um gênio nas ciências espaciais aos 10 anos de idade.

Rosie: é a empregada robô responsável pelo serviço doméstico da casa. Apesar de seu modelo “fora de linha”, a família é incapaz de trocá-la por um modelo mais moderno devido ao carinho que sente por ela. Representa o sonho de qualquer dona de casa.

Astro: é o cachorro amado da família.

Senhor Spacely: patrão de George e proprietário da Spacely Sprocket Company.

Os criadores:

Willian Hanna, mais conhecido como Bill Hanna, era jornalista e engenheiro e começou a trabalhar como cartunista na Warner Brothers aos 27 anos de idade. Quatro anos mais tarde, foi transferido para o recém criado departamento de desenhos animados da MGM, onde conheceu Joseph Barbera, banqueiro que havia abandonado a profissão para se dedicar à criação de desenhos animados.

Após o fechamento do departamento de animação da MGM, a dupla criou a HB (Hanna-Barbera) Productions, na qual trabalharam durante 41 anos. A dupla “conquistou sucesso numa época em que a animação para televisão era considerada nada realista”. Eles desenvolveram técnicas que possibilitaram a criação de inúmeros desenhos animados em curtos períodos de tempo e filmavam suas criações em cores, o que, posteriormente, facilitou a exibição das animações.

A primeira criação da dupla foi a estória de um gato chamado Tom e de um pequeno e esperto rato chamado Jerry. Com ele, a dupla angariou sete Oscars de Hollywood e 10 prêmios Emmy de televisão. Mais tarde, uma diversidade de personagens surgiu, como Dom Pixote, Zé Colméia, Fred Flintstone, Touché, Manda Chuva, Penélope Charmosa, George Jetson, entre outros que marcaram a infância dos nascidos na década de 1960.

Foi no auge do sucesso da família pré-histórica dos Flintstones que os produtores Hanna e Barbera criaram Os Jetsons: nascia uma família futurística que, em seu cotidiano, interagia com carros voadores, edificações suspensas, tubos de transporte, esteiras elétricas e “comodidades tecnológicas que só o “distante século XXI” traria”. A dupla conseguiu apresentar num desenho animado tecnologias que a década de 60 podia imaginar.

“Era uma vez o futuro: o homem no espaço, supercomputadores, telefones portáteis, a vida ao comando de um botão”:

O século XX, no qual se insere a criação de Os Jetsons, foi marcado por mudanças significativas na questão da tecnologia. Os avanços nessa área proporcionaram conforto material para as pessoas que a ela tinha acesso. Foi o século dos vôos espaciais que expandiram o conhecimento do homem em relação ao universo, da disponibilização de tecnologias como telefone e computadores às massas e, também, do desenvolvimento de armas nucleares e da invenção da Internet. Embora germinado na imaginação dos criadores Hanna e Barbera, a série reproduziu no imaginário da década de 1960, o que seria o tão anunciado século XXI.

Além das grandes perspectivas criadas pela Revolução Industrial, potencial influenciadora da futurologia do passado, a utopia norte-americana de união entre tecnologia e prosperidade, explica, também, a idéia de futuro da década de 60. Após o lançamento do satélite Sputinik pelos russos, as duas superpotências da época, Rússia e Estados Unidos, iniciaram a chamada “corrida espacial”. Na década de 60, os Estados Unidos apontavam como superpotência econômica e militar: era o auge da hegemonia estadunidense sobre o planeta, a qual seria reforçada por sua superioridade tecnológica. Nessa época, os foguetes, o televisor em cores, os videofones, os reatores nucleares e os computadores mainframes eram os últimos triunfos científicos conquistados pelos norte-americanos.

Uma confusão entre ciência factual e ficção científica dominou a imaginação do público da década de 1960. Fantasiava-se que naves espaciais da NASA se transformariam em transportes interplanetários para passageiros comuns que desejassem viajar para outros planetas, arquitetava-se que os reatores nucleares produziriam energia a custos baixos e em quantidades ilimitadas, idealizavam-se máquinas capazes de raciocinar e de sentir emoções como os seres humanos e os computadores, em especial, destacou-se no ideário da população como o ícone da alta tecnologia. Muitas dessas concepções eram motivadas por previsões de cientistas da computação e, cada avanço realizado na área, servia de alimento para a invenção de novas máquinas “incríveis”. Tais idéias são evidentes, também, nas obras de escritores e cineastas do período, às quais contribuíam largamente para sua disseminação entre a massa.

Em geral, em termos de futurismo, o desenho aborda tecnologias de funções práticas, capazes de simplificar e beneficiar a vida das pessoas, além de oferecer comodidade através do consumo de produtos. Os criadores do desenho já imaginavam a necessidade de praticidade de um século que se prima pela eficiência e facilidades oferecidas pelo progresso, contudo marcado por problemas que só o excessivo crescimento tecnológico seria capaz de criar. Percebe-se como parte do cotidiano o sofrimento de George com os congestionamentos de trânsito, a fadiga e a falta de tempo. É notável o stress diário causado pela exigência dos dias de trabalho numa sociedade assinalada pela acirrada concorrência entre empresas que buscam atender à demanda capitalista: nos episódios, George sempre chega cansado do trabalho em busca de momentos de tranquilidade para descansar e aguentar a cobrança do dia seguinte. Percebe-se, também, através do comportamento da mãe Jane e da filha Judy a atitude consumista que marca esse tempo. Em suma, Hanna e Barbera conseguem assinalar com sutiliza as dificuldades que o homem moderno teria de enfrentar.

Algumas das tecnologias imaginadas se concretizaram, outras não; estas, porém, anteciparam conceitos de forma desconcertante:

O modelo de futuro vivido por um adulto dos anos 2000 é muito similar àquele prometido há décadas passadas. O século XXI caracteriza-se pela consolidação da Internet como veículo de comunicação e fator essencial para o fenômeno da globalização de informações. Este século é, também, marcado pela expansão da telefonia fixa e da rede de celulares e pela invenção de tecnologias práticas e sofisticadas como laptops, banda larga, Ipods, Iphones, bluetooth, tvs de plasma, tvs digital, dvds, câmeras digitais, etc. Entretanto, a Internet é a que mais merece destaque. Em Os Jetsons é possível verificar tecnologias que hoje só são concretas graças à ela: no que diz respeito à questão da evolução dos sistemas de comunicações, por exemplo, ferramentas como o Skype e o MSN que possibilitam conversas áudio e vídeo em tempo real, além dos telefones celulares já capazes de exercer essa função, são realidades somente devido aos serviços oferecidos pela Internet. Na animação, a família Jetson se comunicava via videoconferência.

Paradoxalmente, em alguns casos, a velocidade da tecnologia não acompanhou a da imaginação. Hoje, por exemplo, a robotização na indústria é fato, todavia, não imitando humanóides, como elucida a governanta da família Jetson. Apesar de ainda não existirem máquinas com atitudes próprias, como Rose, as pesquisas em inteligência artificial caminham nessa direção; os japoneses, que estão à frente nas pesquisas de robótica, já produzem robôs para diferentes funções. Quanto às “esteiras rolantes”, cuja função é deslocar as personagens pelos cômodos das casas e pelos setores dos ambientes públicos, embora não dominarem as residências, como faz no desenho, estão se estendendo cada vez mais em estabelecimentos como shoppings, aeroportos, supermercados, museus, metrôs, prédios comercias e escolas. Antevisões acerca da gravidade consistem noutro exemplo de ideal ainda não efetivado. Em Os Jetsons, todos vivem em arranha-céus futuristas, enfrentam trânsito em seus carros voadores e se “teletransportam” através de tubos. Os estudos referentes a esse tema ainda são embrionários e a primeira evolução neste sentido foi a descoberta do supercondutor que flutua quando é resfriado a -273 °C. Assim, também acontece com as refeições em cápsulas, as quais ainda representam ficção para os dias atuais.

“Em 1969 nasce o “avô” do e-mail; a primeira mensagem enviada foi pela rede universitária Arpanet. Em 1981 nasce o primeiro computador pessoal, o IBM PC. Nos anos seguintes aparecem no mercado o computador portátil e o telefone celular. No ano de 1991 surge a web, a grande rede www. No fim da década de 90 os dowloads se tornam mais rápidos e nasce o Google, pai de todos os sites. Num curto intervalo de tempo de aproximadamente 10 anos, surgem a banda larga, os notebooks com wi-fi e as trocas de mensagens instantâneas pelo MSN”.

Referências Bibliográficas:

Barbook, Richard, Futuros Imaginários , disponível em http://futurosimaginarios.midiatatica.info/futuros_imaginarios.pdf

http://www.cartoonnetwork.com.br/watch/tv_shows/jetsons/

http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Jetsons

http://www.hannabarbera.com.br/jetsons/jetsons.htm

http://www.arcadovelho.com.br/Desenhos_Antigos/80/Os%20Jetsons/Cartoon.htm

http://www.hannabarbera.com.br/hb.php

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hanna-Barbera

Conversas com adultos que assistiam ao desenho e se disponibilizaram comentar a respeito da visão de futuro da época

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